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QUANDO ALGUÉM SE TORNA AQUILO QUE É

Maria Helena de Melo Costa

Resumo

Em um mundo de valores líquidos – tema que fora pensado e bem desenvolvido por Zygmunt Bauman quando trata do conceito de modernidade líquida, e muito bem explicado por Leandro Karnal (em palestra do IV Encontro Institucional da Magistratura Trabalhista da 5ª Região), quando afirma em uma de suas belas palestras que é o mundo sem formas –, um mundo de transição e passageiro, onde não há certezas muito definidas, um mundo em que bem, mal, valores ou outras questões são muito mais plásticas do que eram no passado,  como é bom saber que se ousarmos sair da Caverna de Platão veremos novas oportunidades. Além de vermos que todos os conhecimentos que conquistamos e agregaram conteúdo de valor à nossa vida ao longo dos anos podem ser valiosas ferramentas quando utilizados com humanidade em nosso favor, ou em favor das pessoas, instituições e empresas (conjuntos de pessoas), num ato de cocriação capaz de trazer à tona ou de reavivar o sentido de uma vida que vale a pena ser vivida, especialmente pela própria autotransformação existencial e pelo sentimento de que estamos verdadeiramente participando das modificações positivas que buscamos na sociedade e no mundo.

Para tanto, o Coaching, tal como esclarece José Roberto Marques, cujo entendimento compartilho, é um mix de recursos, técnicas, ferramentas e conhecimentos de várias ciências e filosofias, nas quais podemos nos apoiar para dar o nosso melhor (coach) em prol do nosso cliente (coachee), a fim de que este último alcance suas metas visando a conquista de grandes e efetivos resultados em qualquer contexto, seja pessoal, profissional, social, familiar, espiritual ou financeiro, em um curto espaço de tempo (Marques, 2015).

Neste aspecto, diante de todos os estudos obtidos e vivenciados, posso dizer que o Coaching é uma nova filosofia de vida e de autoconhecimento de fundamental importância na atualidade. Possui um universo de conhecimentos agregados e um conjunto de ferramentas que proporcionará verdadeiramente ao coachee os frutos almejados, desde que sejam utilizados com muita habilidade por profissionais devidamente habilitados e capacitados, apoiadas no ouvir o outro na essência, além das palavras que estão sendo ditas, suspendendo qualquer tipo de julgamento ou suposição (IBC, s/d), tanto em relação ao coachee quanto em relação à nós próprios, respeitando à singularidade de cada alma. Posso aqui dizer que o referido princípio dialoga com a Filosofia Clínica, no tocante à ética e a um dos tópicos da estrutura de pensamento, identificado como suspensão dos pré-juízos.

Quando estamos verdadeiramente imbuídos do amor genuíno fruto do despertar de nossa essência divina, honrando nossa própria história e dos que nos antecederam, bem assim tendo amor ao nosso próximo. Honrando sua história e levando nossa luz em prol da luz que há em cada qual nos afiliamos à ética moral fundamental que deve nortear cada case de Coaching que estiver sob nossos cuidados, razão pela qual entendo que, neste contexto, reside toda a alma do Coaching e da filosofia clínica, aos quais buscarei aproximar neste artigo.

Palavras-chave: coaching; filosofia clínica; autotransformação.

 

Abstract

It is possible that all the knowledge we have acquired and which added valuable content to our lives over the years can be powerful tools when used with humanity on our behalf, or on behalf of people, institutions and companies (groups of people), in an act of co-creation able to bring to light or reawaken the sense of a life worth living, especially for its own existential self-transformation and for the feeling that we are truly taking part in the positive changes we seek in society and in the world.

To this end, Coaching, as explained by José Roberto Marques, whose understanding I share, is a mix of resources, techniques, tools and knowledge of various sciences and philosophies, which support us to give our best (coach) for the sake of our client (coachee), so that the latter reach his or her goals in order to achieve great and effective results in any context, whether it is personal, professional, social, family, spiritual or financial, in a short period of time (Marques, 2015 ).

In this regard, considering all the studies carried out and experienced, I can say that Coaching is a new philosophy of life and self-knowledge of key importance in present time. It offers a range of aggregated knowledge and a set of tools that will truly provide the coachee with the desired outcome, as long as they are properly used by skillful qualified professionals, who are able to listen to the other person in his or her essence, beyond the words spoken, suspending any kind of judgment or assumption (IBC, s/d), both regarding the coachee and ourselves, respecting the uniqueness of each soul. I can say here that this principle dialogues with Clinical Philosophy when it comes to ethics and one of the topics of the structure of thought, identified as a suspension of prejudgment.

When we are truly pervaded with genuine love, consequence of the awakening of our divine essence, honoring our own history and of those who preceded us, as well as loving our neighbors, honoring their history and bringing our light for the sake of the light in each one of us, we connect to the fundamental moral ethics that should guide each Coaching case under our responsibility, which is why I understand that in this context lies the whole soul of Coaching and clinical philosophy, which I will try to approach in this article.

Keywords: coaching; clinical philosophy, self-transformation.

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